Daqui ou do outro lado do mundo.

O que não nos contam sobre os amores verdadeiros

Os amores verdadeiros não são para toda a gente, é preciso uma vontade indeterminável para cedermos metade daquilo que somos para outro alguém, e é preciso entrar no jogo de estar decidido ou não, a sairmos verdadeiramente magoados no final.
Um amor verdadeiro, tem verdade em tudo o que lhe segue. Dias de verdade, noites de verdade, amizade de verdade, beijos de verdade, partilhas de verdade, e dôr de verdade.
Ás vezes quando paro no tempo, como a maior parte de nós fazemos, ponho-me a pensar no meu futuro. É fascinante termos a idade que temos agora, saber que se quiser meter a mochila ás costas para o ano e ir para o outro lado do país o posso fazer, e saber a determinação, em especial nós mulheres, que temos. Eu apaixonei-me por um homem, mas ás vezes pondero e penso para mim várias vezes, o risco que os homens correm ao apaixonar-se por uma mulher.
Cresci rodeada de cabrões, conheci a pior e a melhor corja dentro deles, e sempre que havia a velha e já gasta longa história de traições, sorria para mim mesma ao pensar aquilo que os homens não sabem, daquilo das mulheres com quem namoram. Sorria ao verem-se gabar daquilo que faziam na noite, e saber por trás que nada que magoa outro, se fica entre quatro paredes. E que tudo o que fazemos, tem troco.
Aí vem o elixir do amor verdadeiro. Um homem sabe quando encontrou a mulher da vida dele, quando vê nela um prototipo da mulher que o criou. Alguém confiante, que o ame incondicionalmente, e tenha a oportunidade de criar boas e novas memórias com ele. Por norma, gostam de raparigas que tenham tido poucos, um , ou até nenhum namorado. Que não tenha sido vista muitas vezes com ele, que não se exponha, e que acredite que ele é o único à face da terra. Já nós, mulheres, o homem da nossa vida e o nosso amor verdadeiro, que pode ou não acabar connosco no fim, sabemo-lo pelo simples facto de não encontrarmos conforto em mais nenhum abraço e em mais nenhuma cama. É estranho quando acontece, mas sabemos desde o inicio quando as coisas vão ser diferentes. Somos completamente diferentes no amor. Por mais que queiramos por vezes calçarmos as sapatilhas e vestirmos as calças dentro de uma relação, a verdade é que somos seres sempre mais predispostos a sofrer por amor, a acreditar no amor, e a matar-nos umas ás outras pelo amor. É quase como que uma rivalidade entre irmãs, e por mais que levemos uma vida toda a rogar pragas a relações dependentes e absurdamente apaixonadas, com o receio de nos magoarmos, vai sempre chegar um homem que nos faz perder a razão e levar-nos por outro sentido.
Daqui ou do outro lado do mundo, os amores verdadeiros não se perdem. Estão destinados, foi escrito e selado, que um dia, se vão esbarrar numa praça qualquer, numa esquina, que se encontram numa biblioteca, ou que num jantar se vêm pela primeira vez.
A vida faz-nos vê-los quando perdemos a capacidade de olhar para outro alguém dessa maneira. Do nada, mete-nos alguém no caminho. Pode já lá ter estado trezentas vezes, podemos até já ter tido o número de telemóvel, num café estarmos na mesma mesa, ou frequentarmos os mesmos sítios as vezes que forem necessárias, mas os verdadeiros amores encontram-e quando não há mais nada para encontrar. Quando já se sofreu tudo, já se viu muito, e no fundo, já não se quer agarrar a nada.
Os amores verdadeiros, aparecem quando deixa-se de acreditar neles. Há sempre alguém, em algum sítio, daqui ou do outro lado do mundo, que nos faz não deixar de acreditar no amor.
Por isso, desacreditem-se, para voltarem a acreditar.
Se cada coisa tem o seu tempo, então ficarmos milagrosamente na mesma posição logo a seguir a uma esquina para alguém esbarrar em nós, não funciona. Nada do que é forçado funciona, seja em que situação for. O truque, é mesmo compreendermos que para algo ser verdadeiro, temos que viver todas as mentiras antecedentes a isso.
Beijo

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