amor



                                         Quando eu te digo que estou preocupada contigo, é a minha 
 forma mais bonita e sincera de te dizer o quanto gosto de ti.
Eu não tenho muito essa capacidade sabes, dizer o quanto gosto das pessoas.
Mas eu pergunto-te como estás, onde vais, 
quem pega no carro se fores para fora, ou a quantas andas.
Isso é amor.
Eu não quero que nada de mal te aconteça, 
o pouco coração que tenho reservei-o para ti,
 e se este se parte, 
não sei que mais se encaixe na confusão que é estar dentro de mim.
É uma confusão que dá nojo, dó, mas chega a ser bonito também.
O bonito, acho que se encontra quando nos apegamos a alguém.
Por muito auto-destrutivo, estranho, compromissor 
e pouco saudável que possa parecer.
Se estar ao pé de ti significa ser tudo isso,
não tem mal.
Eu largo a capa, as farsas.
Eu paro de mentir, de me alimentar de nada.
Eu deixo para trás os fantasmas que me encaram de frente,
quando acordo a meio da noite.
Ignoro as sombras das esquinas cá de casa,
os telefonemas que oiço mas que nunca chegaram a acontecer.
Eu arrisco-me a poder vir a ressacar de ti,
se isso me deixar pela primeira vez pisar o chão com os dois pés.
Porque a verdade é esta.       
Nem todas as folhas de papel do mundo, canetas e copos como pisa-papéis, 
restituiriam a sanidade e conforto mental que encontrei junto do teu corpo.
Não é o amor que esperas quando estás apaixonada, aquele que te obrigaram a ver em filmes enquanto crescias, aquele que nunca chega a acontecer, porque esqueceram-se de nos dizer o quanto somos todos doentes e instáveis.
É o sincero.
O que deveria realmente ligar as pessoas.
Há muita gente  a substituir amor por um amo-te, 
muitas atitudes que se trocam por mensagens bonitas.
Eu pego no carro,
 e senão o tivesse andava até te encontrar.
Só para saber se estavas bem, 
e que acabarias por voltar a casa.
Ia até ao fim da montanha, à última rua em que te vi,
 à primeira estrada construída, para me assegurar que te via amanhã.
Punha-me à beira da estrada, de cartão empenhado no ar, 
a dizer que estava à procura de não ficar de coração partido. 
Alguém haveria de parar, 
e mesmo que ninguém quisesse saber de uma miúda,
 à procura de um caminho sem destino,
 eu encontrava-te.
Amor é isso.
Encontrares-te em alguém.
Não quero ficar perdida, já chega.
O caminho foi muito bonito, 
vi mais do que queria e senti menos do que pensei, mas chega.
O teu coração é a minha casa, e todos sabemos dar com as nossas casas.
Principalmente quando vivemos tempo demais fora delas.
Não preciso de te dizer que te amo, 
se faria do coração tripas,
 e das tripas andaimes, 
para chegar até ti.

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